A Viagem Definitiva de Eduardo Campos

Cearense, nascido no então distrito de Guaiuba, Pacatuba - CE, radialista, jornalista, escritor, teatrólogo e pesquisador, Manuel EDUARDO Pinheiro CAMPOS faleceu aos 84 anos, em 19 de setembro de 2007, devido a complicações de um Acidente Vascular Cerebral.

Atuante na literatura, dramaturgia e jornalismo, seu itinerário conta com mais de 70 livros publicados, ocupando assim a honrosa posição de segundo lugar em número de publicações dentre escritores cearenses, atrás apenas do prolífero Gustavo Barroso.

Foi autor de alguns dos mais célebres textos do teatro cearense, sendo detentor das peças mais representadas no Ceará, a citar O Morro do Ouro, A Rosa do Lagamar, A Donzela Desprezada, Os Deserdados e Nós, As Testemunhas; além de textos dramáticos para a televisão como As Tentações do Demônio, O Amargo Desejo da Morte e A Morte Prepara o Laço, todas apresentadas na TV Ceará, Canal 2, de Fortaleza criada por ele.

É lembrado por ter sido um intelectual criativo, com atuações diversas - socioculturais, classistas, comunitárias e no setor público, e também por sua simplicidade no trato com os amigos e por seu elevado grau de ponderação em situações conflituosas.

Notabilizou-se como homem das letras - contista, dramaturgo, folclorista, romancista e estudioso das coisas e de sua terra, deixando enorme legado de textos com a expressão de seu louvor pelo Ceará. Deixou um último presente para o seu estado natal: como Presidente do Instituto Histórico do Ceará, preparou o memorial do Barão de Studart, espaço interativo de reflexão sobre a instituição e a cidade de Fortaleza.

Com a sua morte, desapareceu um dos últimos integrantes da primeira onda do Grupo Clã de Literatura e Arte - o grupo literário mais importante da história das letras do Ceará, bem como da cultura acadêmica, fundado por ele na década de 40.

Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará e bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.

Foi Presidente da Academia Cearense de Letras; idem da Academia Cearense de Retórica; idem da Comissão Cearense de Folclore; idem do Conselho Estadual de Cultura; fundador da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão e seu primeiro presidente; Secretário de Cultura em dois Governos do Estado do Ceará; Diretor dos jornais Correio do Ceará e Unitário, Rádio Araripe e TV Ceará Canal 2.

Homem muito ativo, trabalhou até seus últimos dias como Membro da Comissão Executiva do Condomínio Acionário das Emissoras e Diários Associados, e era seu Diretor-Cabecel; Diretor Presidente da Ceará Rádio Clube; Presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará; Presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Ceará; Presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Emissoras de Rádio e Televisão de Fortaleza; e Presidente da Associação de Assistência à Maternidade-Escola Assis Chateaubriand.

O Diário do Nordeste em sua edição de 16/09/2007 diz sobre Eduardo Campos: "Embora não tenha alcançado notoriedade no resto do Brasil, no restrito espaço da crítica literária, Eduardo Campos tem seu nome gravado em alguns importantes compêndios de História da Literatura. Assim, está presente em A Literatura no Brasil, de Afrânio Coutinho, pelo menos no ensaio de Herman Lima: 'folclorista de altos méritos, tem, naqueles livros (refere-se aos três primeiros da bibliografia do contista), alguns contos regionais e psicológicos da melhor marca."

A Memória de Eduardo Campos será mantida viva no Ceará, assim prometeu a sua Família, com a criação do Instituto Eduardo Campos que será dedicado à sua personalidade.